«Continua a haver no branco algo de secreto e inacessível, simultaneamente atraente e angustiante, fascinante e paralisante, como se esta cor, ao contrário das outras, não estivesse ainda liberta de todas as suas dimensões sobrenaturais.» — Michel Pastoureau
Pureza, inocência, sabedoria, paz, beleza. A maioria das ideias associadas ao branco são virtudes ou qualidades, embora a sua ambivalência possa também expressar o vazio, o medo e a angústia. A cor dos deuses e da encenação do sagrado, dos reis e da aristocracia atravessou, porém, um largo e determinante período de invisibilidade. O progresso técnico e científico, entre o final da Idade Média e o século XVII, relegou esta cor, bem como preto, à margem da nova ordem cromática, acabando por criar o seu próprio universo «preto-e-branco». Michel Pastoureau traça a longa e inquietante história do branco na Europa, da Antiguidade às sociedades contemporâneas, neste que é o seu sexto e último livro da série dedicada à história e simbólica das cores nas sociedades europeias.